Exposição

Abertura
20 de Maio, 20h
Exposição
Até 21 de Junho.
Segunda a sexta-feira, das 9 às 18h
Sábado, das 9 às 14h
Local
Rua Curitiba, 1862, Lourdes, 30170-127
Belo Horizonte/MG
Estacionamento Privativo
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JOÃO QUAGLIA – UM ESBOÇO
João Garboggini Quaglia, soteropolitano porque é nascido em Salvador, capital da Bahia, em 1928. Tem portanto, agora em 2014, 86 anos de idade.
Começou a pintar aos 20 anos, e não parou mais. Uma carreira de 64 anos que, nos primeiros tempos – década de 1950 – seguiu a tendência da hora, trabalhando a arte em planos de cor e matéria, ainda em busca de personalidade artística. Já nos anos 60, mais consciente de si, encontrou-se no estilo figurativo não acadêmico, onde se firmou, expressando-se numa linguagem que privilegiava o rigor construtivo e a harmonia cromática. É um exímio colorista, que trata a cor com perfeita elegância.
Foi aluno de Aldo Malagoli, Georgina de Albuquerque, Henrique Cavalheiro.
Foi também gravurista litográfico (desenho sobre matriz de pedra), técnica sobre a qual, nos anos 60, deu aulas na Escola Guignard, em Belo Horizonte.
João Quaglia, baiano de nascimento é mineiro por temperamento. “Homem de trato afável e cordial, porém introvertido e amante do silêncio”, no dizer do seu biógrafo Mario Margutti.
Sobre ser “amante do silêncio”, sua obra o denuncia: seus quadros são silenciosos, suas telas são “filhas do silêncio”.
Do silêncio e da lentidão. Seu ritmo de trabalho nunca passou de um a dois quadros por mês, sendo que, cumpre salientar, sempre trabalhou com tinta a óleo, a qual mesma requer calma do pintor, pelos tempos de espera que demanda para secar sobre a tela.
Sobre a mineiridade, João Quaglia há muitos anos escolheu São João Del Rey para morar. Lá reside, bucolicamente.
Sua carreira coleciona profusos elogios de gente como o cronista lapidar Rubem Braga, que apontou “seus quadros provocam a específica emoção da boa pintura”. De críticos como Antonio Bento, José Roberto Teixeira Leite, Quirino Campofiorito, Walmir Ayala, João Cabral de Melo Neto. Este último, a propósito da série de desenhos litografados, intitulada “Tauromaquia”, originada na sua estadia e estudos na Espanha em 1960, quando sofreu enorme impacto e influência dos desenhos de Goya.
O próprio Quaglia, a respeito da sua arte, assim se define: “meus quadros não precisam de mapa para serem compreendidos. Não gastam muita literatura para explicá-los. São só um poema visual. Na verdade eu me sinto um poeta que usa a pintura para me comunicar. A beleza também é um objetivo ou ideal que persigo no meu fazer artístico. Penso, como Hegel, que o belo artístico é um infinito representado pelo finito”.
Ao longo da sua experiência como artista e professor de arte, João Quaglia chegou a uma convicção: as pessoas, ao contemplarem um quadro, levam mais em conta suas referências pessoais despertadas por esta contemplação, do que as que o artista tinha em vista ao pintar o quadro. Ou seja, semioticamente falando, as pessoas levam mais em conta o referente (elas mesmas) que o referencial (o quadro). E as pessoas aderem aos seus referenciais pessoais de maneira tão intensa que esquecem o referente, ou seja, a imagem objetiva da tela.
João Quaglia pintou junto com Mario Cravo, Jenner Augusto, Carybé, Rubem Valentim, Reynaldo Fonseca, Bustamante Sá, Inimá de Paula.
Suas fases artísticas, sempre em torno da figura humana, podem ser reconhecidas como: temática religiosa, labores, praianas, mãos, musicalidade, retratos e autorretratos, pierrôs e arlequins. Também belas e equilibradas naturezas mortas e flores, onde demonstra sua habilidade no trato da cor e da elegância da composição.
A “Tauromaquia” foi uma obra em separado, composta de litografias, não foi propriamente uma fase.
Com este pequeno esboço sobre o artista João Quaglia e sua importante obra, quero declarar muito enfaticamente, o quanto a Galeria de Arte do PIC Cidade se orgulha de poder apresentá-lo em Belo Horizonte, cidade que fez parte da sua trajetória de vida. Fazer contato com o artista e recolher obras suas para a mostra, era tarefa muito difícil, eu nem o conhecia pessoalmente. Isso só pode ser realizado graças à boa vontade e empenho da Galeria Errol Flynn que, associando-se à Galeria de Arte do PIC Cidade, no esforço desta empreitada, tomou a si o encargo de recolher e transportar as obras que aqui se encontram, responsabilizando-se por elas. Mais que tudo, realizar o feito de trazer para a abertura da exposição o próprio João Quaglia em pessoa!
Guiomar Lobato
Diretora de Arte e Curadora da Galeria do PIC Cidade
Belo Horizonte, março de 2014.
Exposições Individuais
1952 – Rio de Janeiro RJ – Individual, no Diretório Acadêmico da Enba
1955 – Rio de Janeiro RJ – Individual, no Diretório Acadêmico da Enba
1956 – Salvador BA – Individual, na Galeria Oxumaré
1957 – Salvador BA – Individual, na Galeria Oxumaré
1960 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na Galeria Santa Rosa
1966 – Rio de Janeiro RJ – Individual, no MNBA
1974 – Rio de Janeiro RJ – Individual, no MNBA
1981 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte
1983 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte
1985 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte
1986 – Brasília DF – Individual, na Performance Galeria de Arte
1987 – Salvador BA – Individual, na Época Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1952 – Rio de Janeiro RJ – 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1953 – Rio de Janeiro RJ – 2º Salão Nacional de Arte Moderna
1953 – Rio de Janeiro RJ – Salão da Juventude – medalha de ouro
1954 – Goiânia GO – Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 – Rio de Janeiro RJ – Salão Preto e Branco
1955 – Rio de Janeiro RJ – 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 – Salvador BA – Salão Baiano de Belas Artes – menção honrosa
1956 – Rio de Janeiro RJ – 5º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 – Salvador BA – Salão Baiano de Belas Artes – Prêmio Cidade de Salvador
1957 – Cidade do México (México) – 1ª Bienal do México
1957 – Rio de Janeiro RJ – 6º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 – Rio de Janeiro RJ – Salão do Trabalho – 1º prêmio
1957 – São Paulo SP – Artistas da Bahia, no MAM/SP
1958 – Rio de Janeiro RJ – 7º Salão Nacional de Arte Moderna – prêmio de viagem ao exterior
1958 – Rio de Janeiro RJ – Salão do Mar
1959 – São Paulo SP – 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1961 – Madri (Espanha) – Coletiva, no Taller Boj
1962 – Rabat (Marrocos) – Exposição de Artistas Brasileiros
1962 – Tânger (Marrocos) – Exposição de Artistas Brasileiros
1962 – Casablanca (Marrocos) – Exposição de Artistas Brasileiros
ca.1968 – Rio de Janeiro RJ – Resumo de Arte do Jornal do Brasil, no MAM/RJ – Troféu Jornal do Brasil
1969 – Porto Alegre RS – Panorama das Artes no Rio Grande do Sul
1971 – Porto Alegre RS – 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS – prêmio aquisição
1975 – Israel – Artistas Brasileiros
1975 – Estados Unidos – Artistas Brasileiros
1975 – México – Artistas Brasileiros
1983 – Rio de Janeiro RJ – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ