Exposição

Abertura
19 de setembro, 20h
Exposição
Até 6 de outubro.
Segunda a sexta-feira, das 9 às 18h
Sábado, das 9 às 14h
Local
MUSEU INIMÁ DE PAULA
3º ANDAR
Rua da Bahia, 1201 – Centro
Belo Horizonte / MG – 30160-011
Tel (31) 3213 – 4320
ENTRADA FRANCA
- @errolflynngaleria
- /errolflynngaleriadearte
“Grande Ricardo Ferrari”
Imenso Ricardo Ferrari. Do artista Ricardo Ferrari não se pode dizer que ele pinta crianças. Ele pinta sendo criança. Pinta cada personagem de seu mundo infantil, incorporando, ele próprio, aquela criança, naquele momento. Ele é o menino que brinca com a turma, é aquele que brinca sozinho. Ele é o que se embriaga da amplidão e liberdade que sente através do fio da pipa que cabriola nas alturas… É o menino tímido que se esconde no alto da torre do seu castelo e olha tristemente para baixo, vendo a garotinha linda sendo conquistada pelo menino maior, audaz e corajoso, que se exibe andando na corda bamba, nas pernas de pau… Ele é aquele que se concentra todo na quicada decisiva da bolinha de gude, e é o que se perde na velocidade da patinete.
É o que dá o chute certeiro, tomando a bola do adversário, e o que exibe, orgulhoso, o caminhãozinho de pau. O que corre atrás do cachorro. Ele é a menina que embala a boneca e a menina faceira de vestido novo. É a menina-princesa à janela e o menino-soldado que a corteja da rua.
Eis o segredo da contagiante expressividade das crianças de Ricardo Ferrari. É que ele vive cada momento delas; melhor, ele sente com elas, à medida que as vai materializando na tela. Exatamente como Monteiro Lobato fazia na literatura. Clássicos, ambos, que na verdade, entenderam, intuitivamente, as famosas palavras de Cristo: “Das crianças é o reino dos céus, e não o alcançareis se não vos tornardes como elas”.
A criança é eterna.
Guiomar Lobato
Crítica de arte
Curadora do Museu Inimá de Paula
Em frente a minha janela
tem um quintal que tem:
uma jabuticabeira
um abacateiro
uma goiabeira,
em volta cresce um mato bem simpático,
como a chuva que acabou de cair agora,
o verde forte refletido aos céus
é o agradecimento singelo da terra.
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As folhas da samambaia
despencam
agressivas,
selvagens
e densas,
qual uma cachoeira,
profundamente verde
e silenciosa.
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O galo canta
e insiste no seu canto:
e encanta
e propicia
e delicia
e silencia anunciando,
que todos os caminhos
levam ao sol.
Beto Moreira
Jornalista e Artista Plástico
Sobre a arte de voar
Não só os pássaros e as borboletas,
as crianças também voam.
Às vezes, até mais alto.
Sempre, com muito mais graça.
Nos quintais, onde as folhas dançam,
elas pousam.
Respira, então, esse ar que te falta.
Tente reinventar essa leveza infantil,
essa irresponsabilidade menina.
Desinquieta-te, sai dessa vida adulta,
levanta-te dessa cadeira.
Enche tua vida de travessuras.
Chute pedras,
empine pipas,
dance na chuva.
Estirado no chão,
namore estrelas,
ou casa-te com a Lua.
Não só as crianças.
Os pássaros e borboletas também voam.
Mas não muito além.
Porque o campo dos sonhos, lá longe, pertence a ti.
Daniel Rubens Prado
Jornalista e Poeta
Suas crianças, suas ruas, seus quintais…
Certa vez perguntei ao Ferrari quão livre ele se sentia dentro do seu processo de criar, já que ele encontrou, depois de anos de trabalho, linha, traço e cor que deram forma à sua criança, apelidada carinhosamente de ‘Batatinha’. Pura curiosidade de quem também teve acesso à fase ‘gatos’, ‘cavalos’, ‘touros’, ‘casas’, do artista. E a resposta veio ligeira, sem titubeio: “Agora sou livre com minha arte. Sempre procurei por essas crianças, elas estavam em algum lugar do meu subconsciente. E apareceram, e me fizeram um artista livre”.
A liberdade e a infância são, antes de mais nada, características do artista, fácil de perceber em qualquer tela assinada por Ferrari. Mas se engana quem pensa que a obra proporcionou isso a ele. Na verdade, ele proporcionou isso à sua obra. Pois livre e criança é o que ele é. E dá, de mão beijada, a quem estiver por perto, a oportunidade de ver o mundo diferente, como uma criança, uma criança livre.
Parece que o mundo, fora da bolha de Ferrari, é chato, tedioso. Relógio, agenda, planilhas, regras para se vestir, regras demais. E é mesmo. Porque, ao se adentrar no universo traçado por ele, as alternativas são bem mais interessantes: não é à toa que construiu um circo em seu quintal – mastro, cores, fitas. Não é à toa que se diverte enquanto capina, enquanto cuida das galinhas, da horta, dos cachorros, do solo, do fogo. “Assim me divirto. No ateliê eu trabalho. E de lá saem brincadeiras”. Paradoxo?
Não. É o Ferrari, que nunca se esquece que o brincar e o trabalhar não disputam espaço: brincando, ele trabalha. Trabalhando, ele traz a brincadeira, no seu estado mais absoluto: uma bola rolando, uma pipa voando, um peão dançando, um joelho ralado. Suas crianças, suas ruas, seus quintais…
Bruno Sales
Jornalista
Pintor autodidata, Ricardo Ferrari nasceu e se criou em Belo Horizonte numa época em que segundo ele, a cidade ainda era uma roça. Pintou seu primeiro quadro aos nove anos de idade. Seus quadros reatratam geralmente a infância a simples.
Pintou diversos temas durante sua jornada, mas uma situação vivida em família o influenciou de tal maneira que é hoje referência em suas obras. Ele morava em uma casa alugada com a mulher e os filhos. Ao lado, vivia a irmã e, em uma segunda residência, um amigo. Certo dia, decidiram derrubar os muros que separavam as casas, formando, assim, um grande quintal. E, diariamente, os filhos, primos, amigos e vizinhos se reuniam ali, em brincadeiras infinitas.
Infelizmente, chegou um momento em que os donos do imóvel solicitaram a saída, pois ali seria construído um prédio, que persiste até os dias atuais. Ferrari se mudou com a família para um apartamento e, dessa história, nasceu a série de pinturas “Quintais”.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
Exposição de Natal, Galeria Guignard, 1979, BH;
Exposição Palácio das Artes, “Noite de Guignard” 1981, BH;
Exposição Palácio das Artes, em comemoração aos 100 anos de Picasso; 1982, BH;
Exposição Casa dos jornalistas, 1982, BH;
Exposição Usiminas, 1982: BH;
Exposição Galeria La Taberna, 1982, BH;
Exposição Galeria Offycio das Artes, 1983, BH;
Exposição Galeria ICBEU, 1983, BH;
Exposição Ponto de Arte Galeria, 1984, BH;
Exposição Palácio das Artes, “Uma balada para Matraga” 1986, BH;
Exposição Centro Cultural Governo do Estado de São Paulo, 1987. SP;
Exposição Galeria Manoel Macedo, 1991, BH;
Exposição Galeria Bar n°1, 1998, Portugal;
Exposição Galeria Terra de Minas, 2002, BH;
Exposição Galeria Regard, 2003, BH;
Exposição Errol Flynn Galeria de Arte, 2006 – Lançamento do livro “Um passeio pela arte brasileira”, Brasilia/DF;
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
Exposição Minas Tênis Clube, 1981, BH;
Exposição DAE (Departamento de Águas e Esgotos de Minas Gerais), 1983, BH;
Exposição do Acervo da Fundação Clovis Salgado, Palácio das Artes, 1984, BH;
Exposição Galeria Espaço, 1985, BH;
Exposição Ponto de Arte Galeria, 1985, BH;
Exposição Galeria ITAÚ,1993, Penápolis, SP;
Exposição PIC Galeria, 1993, BH;
Exposição Galeria Seabra, 1993, Cons. Lafaiete/MG;
Exposição PIC Galeria, 1996, BH;
Exposição Galeria Seabra, 2001, Cons. Lafaiete/MG;
Exposição Galeria Luz dos Anjos, 2005, Brasilia/DF;
Exposição Errol Flynn Galeria de Arte, 2008.
PARTICIPAÇÃO EM SALÕES
– II Salão de Artes Plásticas do Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais, 1979, BH;
– I Salão do Carnaval, 1980, BH;
– III Salão de Artes Plásticas do Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais 1980, BH;
– XIII Salão Nacional de Artes da Prefeitura de Belo Horizonte, I980, BH;
– V Salão de Artes Plásticas do Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais, 1982, BH;
– Prêmio MBR (Minerações Brasileiras Reunidas);
– II Salão do Futebol, 1982, BH;
– Prêmio FMB;
– XIV Salão Nacional de Artes da Prefeitura de Belo Horizonte, 1982, BH;
– Prêmio Coordenadoria de Cultura de Minas Gerais;
– VI Salão de Artes Plásticas do Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais, 1983, BH;
– Prêmio Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais;
– Salão de Artes Visuais, Palácio das Artes, 1984, BH;
– I Salão da Aeronáutica. 1985, BH;
– 1° lugar – Prêmio Alberto Santos Dumont;
– IX Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE – SUDESTE, 1986, BH;
– III Salão de Artes Visuais, Palácio das Artes, 1985, BH;
– III Salão da Aeronáutica, BH;
– XIX Premio Salão Nacional de Artes da Prefeitura de Belo Horizonte, 1987, BH;
– IV Salão do Futebol, 1990, BH;
– IV Salão da Aeronáutica, 1990, BH;