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Fernando Lucchesi Flores Para Guignard

Abertura

Terça-feira, 17 de agosto de 2021, 20h
Mediante confirmação de presença via-email.
Limite: 50 pessoas

Exposição

Até 18 de setembro de 2021
Segunda a sexta-feira, das 9 às 18h
Sábado, das 9 às 14h

Local

Rua Curitiba, 1862, Lourdes, 30170-127
Belo Horizonte/MG
Estacionamento Privativo
+55 (31) 3318-3830   
9.9889-1515    |    9.9889-5445
contato@errol.com.br

Guignard Está Feliz

Em virtude de sua simplicidade, seus tênis e camisas desabotoadas, a figura rosada de avô indulgente e de alguns plurais pronunciados sem o S final (porque foi alfabetizado em italiano), Volpi poderia dar, à primeira vista, a impressão de ingênuo e rude. Mas a inteligência e refinamento de sua obra bastam para infirmar essa ideia, totalmente inexata. Por certo não era um intelectual, não formulava nem discutia teorias – no geral, falava pouquíssimo –, mas sabia perfeitamente de tudo que se refere à natureza e ao exercício da arte. Tratava das questões estéticas com suas próprias palavras e muita clareza, como a distinção entre o que chamava de “pintura” e o que chamava de “assunto”. Assunto era, evidentemente, o tema – paisagem, figura humana, natureza-morta. Pintura era o conjunto de valores formais: composição, cor, matéria, pincelada. Considerava o assunto secundário, desimportante, valorizando e cuidando porfiadamente da pintura. Tanto que na década de 1950, durante alguns anos, aboliu o assunto, ao fazer pintura abstrata.

Recorro ao exemplo ilustre para introduzir esta exposição de Fernando Lucchesi, ao que eu saiba a primeira, no mínimo uma das raríssimas, a apresentar um recorte temático. Flores para Guignard” é uma série em processo, um dos segmentos que integram sua atual produção, e é normalmente apresentada junto com as “Árvores da Vida” (festivas composições com uma forma que lembra um castiçal de vários braços, derivada da observação de araucárias na estrada entre Belo Horizonte e Ouro Preto); com as vívidas superfícies geométricas denominadas “Africanas” (que nada têm da fria geometria acadêmica); e os poéticos fragmentos de arquitetura imaginária das “Cidades Invisíveis”, que predominam. Numa exposição de Lucchesi as flores costumam ser menos numerosas, e é provável que sejam menos olhadas. Grande pena. Até para mim, que admiro tudo o que vem dele, e por dever de ofício sempre tive de observar tudo com equanimidade, vistas aqui em separado, e concentrando, assim, nosso olhar e atenção, até para mim estas flores constituem uma bela surpresa – um fenômeno notável de pintura, também no sentido volpiano. Voltem um instante à imagem da capa deste catálogo, detenham-se nos muitos detalhes ampliados nas páginas a seguir. Tenho certeza de que haverá aí, para todos, uma verdadeira revelação.

Ao citar Guignard, o título da série lembra-nos que ele foi um grande pintor de flores, creio que o maior, na arte moderna brasileira. Sua mais original e importante invenção reside sem dúvida nas paisagens imaginárias de Minas, aquelas fantásticas igrejinhas pairando no espaço, brumas, balões, fogos de artifício e riscos de luz no céu. Mas as flores não são menos belas e oferecem ao pintor a oportunidade para uma pintura festiva, rica e brilhante, que em Guignard não é de regra. Como bom mineiro (que, ademais, morou em Ouro Preto, cidade guignardiana), era praticamente inevitável que a Lucchesi ocorresse homenagear o mestre. Porém nem sofre sua influência estilística nem, provavelmente, lhe deve a motivação, a inspiração inicial para acercar-se do tema. Desde o Renascimento as flores, uma subdivisão da natureza-morta, tanto quanto a paisagem e o retrato aparecem obrigatoriamente na arte do Ocidente. Com função simbólica já integravam, antes, os quadros religiosos da Idade Média – o lírio referindo-se sempre à pureza da Virgem, a rosa vermelha, ao martírio, a palma, ao triunfo do mártir sobre a morte. Com justiça são venerados os maravilhosos quadros de flores (as naturezas-mortas em geral) da pintura holandesa do século XVII, que mostram uma feliz tomada de posse do mundo por parte do homem. E uma das realizações mais réussies e completas que conheço, em toda a história da arte, e um pequeno conjunto de pequenos quadros de flores, pintados em 1883 por Manet, gravemente enfermo, em seus últimos meses de vida. Aparentemente modestos, são, na verdade, a prova cabal daquela convicção de Volpi: não o assunto, nem o tamanho, nem a pretensão – só a pintura determina a grandeza da pintura.

Num artista da geração de Lucchesi, nascido muito depois do surgimento dos abstracionismos, e com seu temperamento construtivista. geometrizante, nada realista nem expressionista, é claro que suas flores não partem de um modelo, como, obviamente, as de Manet. Mesmo que uma ou outra possa vir da realidade observada, a maioria são puras invenções, exercícios com espirais, círculos e mandalas, paráfrases de formas de estrelas, sempre sobre uma cenografia mágica que (esta, sim) remete ao mundo de Guignard. Não entendo nada de botânica, para saber quantas vêm das mãos de Deus, quantas das mãos (e da cabeça) do pintor. Já lhes disse que este conjunto me foi uma revelação. Revelação não só de pintura como também de uma riquíssima, surpreendente imaginação. Nas “Africanas” e nas “Cidades Invisíveis”, a predominância de linhas retas e a ortogonalidade ocultam a variedade da fantasia. Nas flores – observadas com a atenção que agora nos é possível –, a enorme variedade salta aos olhos. Quando vistos de longe, no todo, cada quadros de flores possui uma clara unidade de cor. Vistos com calma e de perto, exibem uma trama multicolorida e extremamente complexa, sobre a qual a unidade repousa. Na perfeita integração, na harmonia cromática final dentro de cada obra, manifesta-se um colorista consumado.

Fala-se muito de uma memória ancestral (não necessariamente consciente nem voluntária) do Barroco, a impregnar artistas mineiros da geração de Lucchesi – ele em especial –, resultando em alguns estilemas e numa atmosfera peculiar. É uma verdade a ser vista com o devido cuidado. Correspondendo a uma época de crise existencial do homem, em meio às guerras de religião após a Reforma, o Barroco é um estilo atormentado e patético, cujos famosos claro-escuros traduzem uma concepção sombria e angustiada da vida (basta ver os Cristos do Aleijadinho). Este lado do Barroco não existe em Fernando Lucchesi, e seu grande, talvez único representante vivo, em Minas, é Carlos Bracher. O que do espírito Barroco perpassa esta exposição é o gosto, o prazer quase sensual por uma linguagem superornamentada, intrincada, a qual faz parte de sua (do Barroco) necessidade de intensidade emocional, de ênfase e eficácia. O espaço numa obra barroca padece do que a historiografia da arte chama de horror vacui – o horror ao vácuo, ao vazio: tudo está cheio de forma. O tecido pictórico dos quadros de flores de Lucchesi também. É de ver-se o virtuosismo, a fluência, a firmeza e a (pelo menos aparente) espontaneidade com que sua mão sai riscando, desenhando, pontuando, decorando ritmicamente toda a superfície, com a preciosidade (não preciosismo) de um perfeito ourives. Só o mais apurado senso de medida e de cor impede a confusão. Pelo contrário, tudo parece (ou melhor: acaba sendo) absolutamente organizado.

Como podem perceber, a presente exposição me encantou. Fico feliz por isso: porque sempre existem coisas novas a descobrir e a revitalizar nossas relações com o verdadeiro talento, que nunca se esgota. E posso assegurar que Guignard também, onde quer que se encontre, está felicíssimo com a qualidade da homenagem que recebeu

Lucchesi E Os Nossos Fenômenos

Dizem as boas línguas que o verdadeiro sábio é aquele que não apenas cria a sua filosofia como também a vivencia inteiramente. A verdade aplica-se, por exemplo, à vida e à obra de Kierkegaard, filósofo dinamarquês e um dos criadores do existencialismo cristão. Para ele, o que importa para o homem são os diversos fatos de sua vida quotidiana, o aqui e agora, e não os conceitos metafísicos, divorciados da nossa realidade imediata, que habitam o recôndito mundo das idéias.

A recente série de trabalhos denominada “Flores para Guignard”, do artista mineiro Fernando Lucchesi, ilustra sobejamente os princípios de Kierkegaard. Nela, mais que dissertar sobre a obra do mestre, é nítida a intenção e o desejo do artista de que os fenômenos que cercaram a trajetória do homenageado sejam agora vivenciados. Dentro desta proposta, Lucchesi nos convida para um passeio e uma incursão, não às paisagens que Guignard pintou de Ouro Preto, mas ao interior mesmo do ambiente onírico da cidade envolta em brumas que ele criou como pouquíssimos. O que é apenas névoa e fogo passa a ser um emaranhado de flores e desenhos, num cenário onírico e inédito como na obra homenageada, com a ressalva de que, agora, a paisagem esboçada é vista por dentro. Tudo como se o artista nos convidasse a penetrar naquele que foi um dos mais profícuos, fecundos e criativos universos dentre os muitos que Guignard, com a sua genialidade, explorou. Estou mencionando, a propósito, o universo do barroco de Ouro Preto, uma das reconhecidas paixões do mestre.

O novo trabalho de Lucchesi é, portanto, muito mais que uma mera homenagem a um grande mestre. É um convite a um passeio e a uma imersão. Por ele, somos conduzidos aos labirintos de infinitos significados da obra de Guignard, por meio de flores que se estilhaçam, à nossa frente, em ramos e folhas, num apontar de múltiplas direções e num aprofundar de cores de muitos claros escuros. Um corredor desconhecido e secreto, enfim, que, uma vez percorrido, irá desvendar certamente um pouco da genialidade contida no simples ato de pintar perseguido pelo saudoso mestre com tamanho afinco e não menor competência.

Ao se transformar num guia seguro da obra e do pensamento do mestre, Lucchesi parece utilizar toda a sua competência e o seu talento para decifrar, para nós, parte  da genialidade de seu homenageado. Assim o fazendo, soma ao que já era, por si só, mágico e insólito, a sua própria magia e talento.

Fernando Luiz Lucchesi Cunha nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 18 de setembro de 1955. Seu avô materno, imigrante italiano, teve forte influência em sua infância, através da convivência diária em sua oficina de marcenaria e artesania. Fernando também acompanhava o pai, mestre de obras, ajudando-o na pintura das casas que construía.

Embora não tenha frequentado nenhuma escola de Belas Artes, desde jovem mostrou-se interessado pela pintura e por objetos, observando a produção de artesãos mineiros em viagens pelo interior. A experiência de desenhista durante o período de serviço militar no Exército foi também marcante. O irmão Eduardo representou um apoio fundamental em sua formação. Financiou-lhe um curso técnico de desenho arquitetônico e de cálculo estrutural, compartilhando seus interesses e estimulando-lhe a vocação.

Sua vida profissional inicia-se em 1977, quando ingressa no setor de artes plásticas do Palácio das Artes da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte, sob a supervisão de Márcio Sampaio. Neste mesmo ano, participa de sua primeira exposição coletiva, A Paisagem Mineira. Em 1979, realiza sua primeira exposição individual na Fundação de Arte de Ouro Preto e participa das coletivas Desenho Mineiro, no Palácio das Artes, e Artistas Mineiros na Funarte, no Rio de Janeiro. Em 1980, participa com pinturas, desenhos e objetos da exposição Figuração Selvagem, no Palácio das Artes, e no mesmo de coletivas no Museus de Arte de Belo Horizonte e na Galeria do Grupo Corpo. Desde os primeiros anos de carreira, Fernando realiza inúmeras exposições individuais e coletivas, colocando sua marca no cenário das artes do país. Uma cronologia detalhada encontra-se no catálogo de sua exposição de 2015 na Galeria Errol Flynn, de Belo Horizonte.

Suas atividades didáticas têm início em 1981, no Festival de Inverno de Diamantina/MG, onde ministra uma oficina de objetos. Em 1983, passa a integrar a Escola de Artes e Ofícios de Contagem, Minas Gerais, idealizada por Amílcar de Castro (1920-2002), onde dá aulas de desenho, pintura e objeto para crianças carentes da cidade. Ao longo da década de 1980, além de pinturas, dedica-se a objetos e instalações de origem devocional, que trazem a influência da cultura popular e erudita mineira e revelam o passado barroco. Em 1989 muda-se para Ouro Preto, onde, no ano seguinte, durante a Semana Santa, realiza uma exposição a céu aberto, cobrindo com banners as fachadas das casas. Volta a residir em Belo Horizonte em 1995, e passa a realizar pinturas constituídas sobretudo por toques circulares do pincel. Produz com igual brilho obras de pequeno formato e de grandes dimensões. Muda-se de novo, transitoriamente, para Ouro Preto em 1997. Retorna em 1999, fixando residência e montando ateliê em Nova Lima, na região de Belo Horizonte.

Nas décadas de 1990, 2000 e 2010 mantém intensa atividade, mostrada em exposições individuais e coletivas no cenário nacional e internacional. A obra de Fernando Lucchesi foi registrada e estudada em livros por Aracy Amaral e Walter Sebastião e sempre mereceu de toda a crítica as mais positivas referências.

Obras Em Exposição


Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
120 x 300 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 100 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 100 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 100 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 100 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
85 x 110 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2019

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2019

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
60 x 120 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
60 x 120 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2019

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
70 x 70 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 160 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
100 x 100 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 160 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
70 x 70 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
55 x 55 cm, 2017

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
60 x 120 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
60 x 120 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
60 x 120 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
70 x 50 cm, 2016

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
70 x 50 cm, 2016

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
50 x 50 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 160 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
70 x 70 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
90 x 180 cm, 2021

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
100 x 250 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
80 x 160 cm, 2020

Flores para Guignard
Acrílica Sobre Tela
90 x 180 cm, 2020

Condições do Leilão

I – A Errol Flynn descreveu com fidelidade as obras a serem leiloadas e garante a autenticidade.

II – Os interessados poderão analisar fisicamente as obras de 17/04 a 21/04/2024, INCLUSIVE SÁBADO E DOMINGO, de 10 às 20h, na Errol Flynn. Após o arremate não serão admitidas desistências.

III – O leilão será realizado de forma PRESENCIAL e ON-LINE no dia 22/04/2024 (segunda-feira) e 23/04/2024 (terça-feira), às 19:30h, na Errol Flynn.

IV – O leiloeiro poderá receber ordens de arremate com limites máximos indicados pelos interessados e, como mandatário que é dos proprietários das obras, poderá recusar lances que não atinjam a pretensão dos consignantes.

V – Serão aceitos lances prévios enviados para CONTATO@ERROL.COM.BR até 2 hs antes do horário do leilão, com identificação do interessado (nome, CPF, RG e endereço), dos lotes de seu interesse, do valor de cada lance e, por fim, se deseja que liguemos no momento em que os lotes de seu interesse entrarem em leilão.

VI – Os lances ofertados deverão obedecer à Tabela de Incremento de Lances fixado abaixo.

VII – O pagamento deverá ser feito em 3 parcelas, sendo o primeiro cheque para o dia 22/04/2024 e os outros 2 (dois) para o dia 22 dos meses subseqüentes, incluindo-se na 1ª parcela a comissão de leiloeiro oficial de 5,25% sobre o valor da obra arrematada. NÃO TRABALHAMOS COM CARTÕES.

VIII – A retirada das obras arrematadas será feita na galeria, nos dias 24 a 26/04/2024, de 10 às 18 hs. Realizamos a cotação e embalagem das obras arrematadas para fora de Belo Horizonte mas o custo do transporte é responsabilidade dos arrematantes.

IX – Caso o arrematante não faça a retirada das obras no prazo informado, deixando de efetivar o devido pagamento, poderão o leiloeiro, a Errol Flynn ou o proprietário da obra vendida:a) Considerar desfeita a venda e executar judicialmente o arrematante exigindo o pagamento de 30% sobre o valor do arremate, a título de multa compensatória e perdas e danos, e a comissão do leiloeiro, com correção monetária, juros e demais acréscimos legais, ou; b) Executar judicialmente o arrematante, pelo total do preço da arrematação e da comissão, com correção monetária, juros e demais acréscimos legais. Nestas duas hipóteses poderá o leiloeiro, a Errol Flynn ou o proprietário das obras vendidas promover o saque da letra de câmbio à vista, das referidas quantias.

X – Caso o arrematante seja estrangeiro ou brasileiro residente no exterior, além da comissão do leiloeiro oficial, arcará também com o custo de 15% (quinze por cento) sobre o valor das obras arrematadas referente ao pagamento de outros tributos e taxas de câmbio.

XI – Os arrematantes das obras concordam expressamente em receber a nota de venda emitida pelo leiloeiro oficial considerando que o mesmo é o responsável pelo leilão. Caso a transportadora exija do arrematante nota fiscal de galeria, o arrematante concorda em pagar o custo adicional de 12% sobre o valor da obra arrematada referente ao pagamento dos impostos.

XII – Os arrematantes não poderão alegar, para qualquer fim de direito, o desconhecimento destas condições.

XIII – Eventuais litígios referentes ao leilão estarão subordinados à jurisdição da cidade de Belo Horizonte/MG, qualquer que seja o domicílio das partes. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, em especial pelo Decreto 21.981, de 1932, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427, de 1933.como mandatário que é dos proprietários das obras, poderá recusar lances que não atinjam a pretensão dos consignantes, bem como retirar lotes sem dar quaisquer explicações sobre o motivo de sua retirada.